quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reportagem do Ca'Fé com Deus.

Foi na simpática noite do dia 4 de Novembro que o MCELisboa tomou um Ca´Fé com Deus. Junto de nós esteve o professor João Diogo Duarte que nos veio falar da sua história e do seu curioso caminho na Fé. O “Belo” foi o tema deste encontro.
João Diogo, tal como a maioria das crianças da época, foi educado no seio de uma família católica, de costumes religiosos. Contudo, a meio do seu percurso na catequese, João Diogo renunciou a tudo o que o ligava à religião. A partir deste momento, tendo-se afirmado como ateu, começou incessantemente a pesquisar e a cultivar-se a fim de justificar a sua atitude a qualquer pessoa que o questionasse. Anos mais tarde voltou a uma igreja, sem qualquer propósito, e verificou que esta era uma Igreja que não deixava ninguém na rua, quem quisesse entrar tinha toda a liberdade. Começou aqui o seu caminho para o reencontro com Deus.
João Diogo iniciou o curso de economia mas passado pouco tempo decidiu inserir-se no mundo da música. O contrabaixo passou a ser o seu grande companheiro e hoje é professor de música.
Depois de nos contar um pouco do que foi a sua vivência, o nosso querido convidado falou-nos de que a Vida é aquecida por três saberes: a Beleza, a Bondade e a Verdade. E iríamos conversar um pouco do primeiro saber: a experiência do Belo, a religião feita de encantamento simples e humilde.
Citou de Einstein, entre muitas outras frases: “A Vida é demasiadamente preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado”. A beleza liberta, transcende, é equilíbrio e gera unidade. Não é um atributo, mas sim a relação que nós temos para com a matéria, e acaba sendo Mensagem para o outro… É importante retirar-mos a beleza das coisas no dia-a-dia. Um dia-a-dia que vai atropelando o mais íntimo de cada um. Continuou falando da Beleza na religião, do Espírito Santo nos nossos corações, das manifestações do Belo através da Palavra que alguém escreveu por inspiração divina. Analisámos um excerto da grandiosa obra de Johann Sebastian Bach: “A Paixão”, do evangelho segundo S. Mateus; que será porventura uma das maiores manifestações do Belo existente.
Conversou-se, ainda, sobre o papel do Movimento Católico de Estudantes na busca deste Belo e na sua evangelização, sobre a própria abertura que existe e vontade de crescer. É belo, de facto, neste lugar e na sua fragilidade, sentir-se a liberdade, a paciência e uma sociedade mais justa.
Houve também espaço para a discussão acerca um assunto da ordem do dia que se prendia com o lançamento de um livro por José Saramago, “Caim”. Esta recente obra põe em causa fundamentos do catolicismo, sendo que se debateu acerca de questões como a sua credibilidade, a liberdade de expressão do autor, etc. Desta troca de ideias surgiu a grande ideia que fechou a noite: a enorme importância do questionar, de levar-mos uns “abanões”, duvidar-mos e reencontrar-mos respostas. Só assim é possível reafirmarmos a nossa Fé e vivê-la na sua essência. É preciso acordar.

Catarina Alves

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